Plano real: Há 30 anos, litro da gasolina custava 55 centavos

09/07/2024



Definitivamente, o Brasil deixou os anos 80 e as décadas anteriores em 1 de julho de 1994, quando a chamada URV (Unidade Real de Valor) converteu-se em uma nova moeda brasileira, o Real.

 

Com cotação abaixo do dólar, o Real surgiu como uma moeda forte e transformou uma economia com inflação galopante de mais de 2.800% no último ano da moeda anterior em um admirável novo mundo de estabilidade.

 

O aposentar das maquininhas de remarcação e os preços sem aumentos diários era como ter um novo carro com injeção eletrônica de última geração após uma longa história carburada.

 

Aliás, para estes dois tipos, ainda presentes no cenário automotivo nacional, o Real significou uma gasolina cujo litro custava R$ 0,55 o litro. Naquela época, R$ 1,00 valia muito, mais que US$ 1,00.

 

Hoje, aquele Real equivale a R$ 8,08, já que, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação acumulada no período de 30 anos, chegou a 708%.

 

E a gasolina? Passou de R$ 0,55/litro em 1994 para R$ 5,86/litro atualmente, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo e Gás). Ou seja, com o valor de hoje, há 30 anos, o consumidor conseguiria abastecer com mais de 10 litros do derivado do petróleo.

 

Na época, o salário mínimo era de R$ 64,79, enquanto um Fiat Uno Mille 1994 custava R$ 7.254, ou 112 salários mínimos. Hoje, um Fiat Mobi Life 2025 custa R$ 72.990 e o salário mínimo é de R$ 1.412, ou seja, o hatch custa o equivalente a 51,7 salários mínimos.

 

Se o salário mínimo de 1994 fosse corrigido pela inflação do período, hoje seria de apenas R$ 523,52. Só o Bolsa-Família vale R$ 600,00. Já o Fiat Uno Mille 1994, hoje valeria R$ 60.068,47, valor pouco abaixo do seu neto Mobi.

 

Isso mostra que, por um lado, o Real reduziu a impacto econômico, mas por outro, não evitou que alguns preços ficassem bem mais caros, como o litro da gasolina, por exemplo.