A Volkswagen Udara ou projeto VW247, futura picape intermediária da marca a ser lançada em 2026, para concorrer com Chevrolet Montana, Fiat Toro e a também vindoura Renault Niagara, enfim saiu da toca. Em maio do ano passado, uma mula da caminhonete monobloco já havia sido flagrada usando uma carroceria esticada do sedã Virtus. Desta vez, quem serviu de “casca” para ela foi o Tiguan Allspace.

O flagra, publicado pelo perfil @placaverde no Instagram, revela um detalhe ao qual Autoesporte já havia apontado vários meses atrás. Confirmando uma informação trazida pelo site Mobiauto, a Volkswagen Udara terá suspensão traseira por eixo rígido com molas semielípticas, a mesma arquitetura usada pela Fiat Strada.

As imagens em vídeo, feitas de ângulo traseiro, deixam claro o arqueamento do eixo rígido traseiro e a ausência de molas helicoidais nas extremidades. O comportamento da mula em movimento, com muitos “quiques” sobre o asfalto, são outro indicativo de que a nova picape intermediária da Volkswagen adotará a mesma solução da líder de mercado de caminhonetes no Brasil. O objetivo será surfar em sua fama de robustez.

Vale lembrar que o nome Udara ainda é usado provisoriamente, assim como o código de projeto, VW247. Fontes consultadas por nossa reportagem afirmam que o nome é estudado como uma das possibilidades para batizar o modelo em definitivo, mas o martelo não foi batido. Basta ver o Taos, que antes de ser lançado era chamado internamente de Tarek.

Por que nova pickup da Volkswagen usa uma mula do Tiguan

Construída sobra a plataforma MQB A0, a mesma de Polo, Virtus, Nivus, T-Cross e do futuro Tera, a Volkswagen Udara ou VW247 terá um porte similar ao da Chevrolet Montana. E é justamente por isso que os engenheiros optaram por aproveitar a carroceria de um Tiguan Allspace como mula.

O SUV de sete lugares tem 4,70 metros de comprimento e 2,79 m de entre-eixos, enquanto a picape intermediária terá cerca de 4,75 m de comprimento 2,80 m de entre-eixos, um meio termo entre a compacta Saveiro (2,75 m) e a média Amarok (3,10 m). Assim, sua plataforma cabe de modo justo sob as caixas de roda do Tiguan, embora as bitolas mais estreitas deixem claro de que se trata de um veículo de largura menor (cerca de 1,76 m).

No caso da nova caminhonete da Volkswagen, toda a estrutura dianteira do monobloco, incluindo assoalho, painéis, longarinas e colunas A e B, virá do T-Cross. Apesar disso, a Volkswagen Udara terá peças de estampagem, como capô, para-lamas e portas dianteiras, exclusivas. Já a porção traseira da carroceria, ou seja, da coluna B para trás, erá inteiramente inédita.

Vale lembrar que o uso de “mula” é uma fase de desenvolvimento na qual os engenheiros já têm a plataforma, as dimensões e a motorização de um veículo, mas ainda não possuem elementos moldados de estamparia ou acabamento interno, por isso precisam usar elementos de outro carro provisoriamente a fim de iniciar os primeiros testes de “vida real”. O próprio T-Cross viveu essa fase de criação: seus primeiros protótipos traziam a carroceria da perua Golf Variant.

De acordo com apurações da Autoesporte, o uso de um conjunto híbrido flex está praticamente descartado na primeira fase de comercialização da caminhonete. O motor deve ser o 1.4 250 TSI turbo flex de 150 cv de potência e 25,5 kgfm de torque, com câmbio automático de seis marchas e tração dianteira.

Inicialmente, a Volkswagen Udara não deve adotar o motor 1.5 TSI Evo2 flex ou o câmbio automático de oito marchas que virá junto com ele. A produção será em São José dos Pinhais (PR), junto do próprio T-Cross e do Virtus, dentro de um pacote de investimentos de R$ 3 bilhões só para o complexo paranaense.

O lançamento da nova picape intermediária da Volkswagen está previsto para o primeiro semestre de 2026. Os preços devem ficar entre R$ 120 mil e R$ 180 mil.