A Nissan anunciou na última sexta-feira (28) que encerrará a produção da picape Frontier na Argentina, que ganhará uma nova geração fabricada exclusivamente no México para abastecer a América Latina. A estrutura da fabricante japonesa no país vizinho será utilizada apenas para comercializar veículos importados – negócio semelhante ao da Ford no Brasil.

Com isso, também sairá de linha a Renault Alaskan, picape média derivada da Nissan Frontier que chegou a ser cogitada no Brasil há mais de cinco anos, quando a aliança formada entre as duas fabricantes e a Mercedes-Benz anunciou um acordo para produzir picapes em Córdoba, na Argentina.

De acordo com a Renault, a Alaskan será descontinuada em novembro. A Argentina era o único país onde a picape ainda era fabricada, uma vez que a produção na Espanha e no México foi encerrada há alguns anos.

“A picape Renault Alaskan foi concebida como um projeto em conjunto com a Nissan. O acordo estabelecia que a duração da produção seria estendida até dezembro de 2025. Foi decidido não renovar e nem dar continuidade ao acordo”, informa a nota emitida pela Renault da Argentina.

Fabricada em Córdoba, na Argentina, desde 2020, a Renault Alaskan era nada mais que uma Nissan Frontier com os emblemas da marca francesa. Pelo fato de não ter nenhum equipamento ou motorização que a diferenciava da Frontier, a Alaskan nunca conseguiu atingir números de vendas expressivos e nem chegar a ser exportada para outros países da América Latina.

Atualmente, a Alaskan é comercializada no mercado argentino com preços sugeridos entre 38,3 milhões e 56,1 milhões de pesos argentinos (cerca de R$ 206 mil e R$ 301.800, respectivamente, em conversão direta na cotação atual).

O acordo entre as fabricantes também originou a Mercedes-Benz Classe X, outra picape média baseada na Nissan Frontier, que tinha a missão de inserir a marca alemã no segmento, porém com uma proposta mais luxuosa. Embora tivesse versões equipadas com um motor V6 turbodiesel da Mercedes-Benz, a Classe X se mostrou um fiasco de vendas devido ao preço elevado e saiu de linha em 2019, apenas um ano depois do seu lançamento.

A fábrica da aliança Renault-Nissan na Argentina será modernizada para receber a produção da picape intermediária Niagara, que terá estrutura monobloco para competir na América Latina contra a Fiat Toro, Ford Maverick e Ram Rampage.